Mais convicto estou eu
de que sou animal
entendam, meus caros,
que não me julgo um ser banal.
Animal banal seria
se não se escondesse,
de tudo e por tudo,
como se, depois de qualquer erro,
nem um ermo raio de sol merecesse.
Não desmereço meu coração de carne
que aqui por dentro bate
porém afirmo a existência de outro meu coração
que brada ao infinito:
"Pelo amor, até o fim do combate!"
Não espero dos outros animais
que me surpreendam a ponto de me calar
eu só peço tempo,
o meu "indesejado das gentes",
e que não esperem de mim mais que meu pobre coração possa sonhar.
[a seguir um possível final para o poema]
A existência de alguma lei ou razão
que me permita lhe fazer entender
meu conceito de animal
é desconhecida, no entanto, eis uma dica:
tampe a boca e as narinas; espere o que vai acontecer.
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