segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Animal

Mais convicto estou eu
de que sou animal
entendam, meus caros,
que não me julgo um ser banal.

Animal banal seria
se não se escondesse,
de tudo e por tudo,
como se, depois de qualquer erro,
nem um ermo raio de sol merecesse.

Não desmereço meu coração de carne
que aqui por dentro bate
porém afirmo a existência de outro meu coração
que brada ao infinito:
"Pelo amor, até o fim do combate!"

Não espero dos outros animais
que me surpreendam a ponto de me calar
eu só peço tempo,
o meu "indesejado das gentes",
e que não esperem de mim mais que meu pobre coração possa sonhar.

[a seguir um possível final para o poema]

A existência de alguma lei ou razão
que me permita lhe fazer entender
meu conceito de animal
é desconhecida, no entanto, eis uma dica:
tampe a boca e as narinas; espere o que vai acontecer.

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